É com pesar que o blog Bacharéis em Baixaria recebe a notícia da partida de Waldick Soriano. Não que eu ache que a música popular brasileira tenha perdido grande coisa. Não, mesmo. Nunca fui fã da música produzida por esse senhor, razão pela qual, em termos estritamente musicais, digo que já foi tarde. Aliás, a morte dele trará o inconveniente de nos forçar a ouvir o insuportável hit Eu Não Sou Cachorro Não. Ou pior ainda, a versão em inglês do Falcão. Puta que o pariu! Haja saco!
No entanto, no reino da bizarrice literária, Waldick Soriano é responsável pela produção de um feito que só encontra paralelo no cinema, com as "obras" de Ed Wood. Trata-se do livro A Vida de WaldickSoriano, lançado em 1977, pela editora Codecri.
Aqui abro um parêntese para falar da Codecri. É a sigla oriunda da abreviatura das palavras Comitê de Defesa do Crioulo. Inimaginável nos dias de hoje, com tanto patrulhamento politicamente correto. Mas o fato é que se a editora, que pertencia à turma do Pasquim, com o Jaguar à frente, lançou muita porcaria como A Rebelião dos Mortos do Luiz Fernando Emediato, ou Terror e Êxtase do José Carlos de Oliveira (esse virou um filme ainda pior que o livro, onde só se salva a Denise Dummont, não pela atuação, mas por estar numa fase muito gostosa). Em compensação publicou Paulo Francis da fase nova esquerda/social-democrata, coletâneas de entrevistas do Pasquim, livros interessantes como Barra Pesada, entre outros. Vale a pena garimpar em sebo alguns lançamentos da editora. Fecha parêntese.
Voltando À Vida de Waldick Soriano, o livro, o grotesco corre solto decapa a capa. Infelizmente não tenho aqui a mão o livro para fazer uma citação literal. Merece destaque um trecho que pretende ser uma metáfora da dureza que o ato de viver traz em si e cuja imagem criada, reconstruída de memória, é mais ou menos a seguinte: a mãe do Waldick Soriano vai abandonar a casa onde ele vive com seu pai e irmãos. Ela (a mãe) começa a se afastar da casa, de repente se vira, abre a sacola, tira de lá de dentro um pé de galinha apimentado (!?!?) e presenteia ao pequeno Waldick, que filosofa "com aquele gesto, me entregando um pé de galinha apimentado, talvez ela quisesse me dizer que a vida é ardida".
Tiradas como essa recheiam um livro que deve estar entre os mais representativos da nossa literatura. Algo no nível intelectual dos brasileiros. Até mesmo o rei das metáforas, o analfabeto presidencial, é capaz de entender e captar o sentido "profundo" de A Vida de Waldick Soriano.
Nesse campo específico, o da literatura brasileira, Waldick Soriano fará muita falta. Se os EUA têm as fortes imagens de Leaves of Grass do Whitman, a Itália as do inferno de Dante, a França dos dados lançados por Marllamé etc, nós, a terra dos nambiquaras, seremos imortalizados pelo Pé de Galinha Apimentado de Waldick Soriano, o grande símbolo nacional.
Proponho que de hoje em diante devemos todos os brasileiros ao entrar numa birosca, pedir uma dose de pinga e, como tira- gosto, um pé de galinha apimentado que serão degustados em memória, honra e glória do nosso poeta maior: Waldick Soriano.
No entanto, no reino da bizarrice literária, Waldick Soriano é responsável pela produção de um feito que só encontra paralelo no cinema, com as "obras" de Ed Wood. Trata-se do livro A Vida de WaldickSoriano, lançado em 1977, pela editora Codecri.
Aqui abro um parêntese para falar da Codecri. É a sigla oriunda da abreviatura das palavras Comitê de Defesa do Crioulo. Inimaginável nos dias de hoje, com tanto patrulhamento politicamente correto. Mas o fato é que se a editora, que pertencia à turma do Pasquim, com o Jaguar à frente, lançou muita porcaria como A Rebelião dos Mortos do Luiz Fernando Emediato, ou Terror e Êxtase do José Carlos de Oliveira (esse virou um filme ainda pior que o livro, onde só se salva a Denise Dummont, não pela atuação, mas por estar numa fase muito gostosa). Em compensação publicou Paulo Francis da fase nova esquerda/social-democrata, coletâneas de entrevistas do Pasquim, livros interessantes como Barra Pesada, entre outros. Vale a pena garimpar em sebo alguns lançamentos da editora. Fecha parêntese.
Voltando À Vida de Waldick Soriano, o livro, o grotesco corre solto decapa a capa. Infelizmente não tenho aqui a mão o livro para fazer uma citação literal. Merece destaque um trecho que pretende ser uma metáfora da dureza que o ato de viver traz em si e cuja imagem criada, reconstruída de memória, é mais ou menos a seguinte: a mãe do Waldick Soriano vai abandonar a casa onde ele vive com seu pai e irmãos. Ela (a mãe) começa a se afastar da casa, de repente se vira, abre a sacola, tira de lá de dentro um pé de galinha apimentado (!?!?) e presenteia ao pequeno Waldick, que filosofa "com aquele gesto, me entregando um pé de galinha apimentado, talvez ela quisesse me dizer que a vida é ardida".
Tiradas como essa recheiam um livro que deve estar entre os mais representativos da nossa literatura. Algo no nível intelectual dos brasileiros. Até mesmo o rei das metáforas, o analfabeto presidencial, é capaz de entender e captar o sentido "profundo" de A Vida de Waldick Soriano.
Nesse campo específico, o da literatura brasileira, Waldick Soriano fará muita falta. Se os EUA têm as fortes imagens de Leaves of Grass do Whitman, a Itália as do inferno de Dante, a França dos dados lançados por Marllamé etc, nós, a terra dos nambiquaras, seremos imortalizados pelo Pé de Galinha Apimentado de Waldick Soriano, o grande símbolo nacional.
Proponho que de hoje em diante devemos todos os brasileiros ao entrar numa birosca, pedir uma dose de pinga e, como tira- gosto, um pé de galinha apimentado que serão degustados em memória, honra e glória do nosso poeta maior: Waldick Soriano.
**********
O governo federal pode parar de gastar dinheiro com propaganda para divulgar o avanço da alfabetização no Brasil. Neste domingo que passou, tivemos uma grande demonstração de que os brasileiros estão realmente apresentando um domínio do idioma maior que anos atrás. Em reportagem exibida pelo Fantástico sobre quadrilhas envolvidas com a comercialização clandestina de palmito, os bandidos mandaram um recado incisivo aos policiais que estavam investigando a prática criminosa.
O recado não podia ser mais claramente escrito: vocês VAM morrer!
5 comentários:
VOCÊ NÃO ACHAR QUE DEVERIA PENSAR MUITO BEM ANTES DE DE FALTAR COM O RESPEITO EM RELAÇÃO À MORTE DO WALDICK SOTIANO, DIZENDO QUE ELE JÁ FOI TARDE...E SE FOSSE UM PARENTE SEU? SEU MERDA!!
Sr anônimo,
Deixa de ser burro. Não sabe lê não! Porra. Vai tomar no cu!
Veja o que o cara disse: "Nunca fui fã da música produzida por esse senhor, razão pela qual, em termos estritamente musicais, digo que já foi tarde".
"em termos estritamente musicais, digo que já foi tarde". Entendeu ignorante? ESTRITAMENTE MUSICAIS.
Ainda me dou ao luxo de responder esse lesado. Caralho!
Sobre o meu tio Wladick, sabia que a Patrícia Pillar fez um documentário sobre ele?
Você antes de brincar sobre a relação dele com a minha avó, deveria ver o documentério. Pra você, o pé-de-galinha pode ser motivo de chacota mas para nós da família esse foi um momento importante na nossa história.
A Patrícia Pillar fez-nos uma homenagem lindíssima ( digo a nós , porque a família sentiu-se homenageada também).
Fã incondicional de Waldick Soriano, Patrícia Pillar decidiu produzir um documentário sobre a vida do cantor e homenageá-lo ainda em vida. Ela lembra que sempre ouviu músicas dele no radinho de pilha da empregada, em casa, enquanto crescia. Um dia, ouviu a magnífica "Tortura de amor" e descobriu que era dele.
- Fiquei comovida com aquela poesia , que chegava direto ao meu coração. Comecei a garimpar discos e me apaixonei. Quando consegui chegar nele com a idéia do documentário, ele reagiu e me afastou por um bom tempo. Só foi me deixando chegar aos pouquinhos. Aí eu gamei - contou ela, num bate papo após a projeção do documentário , em que foi aplaudida de pé.
Patricia concorda que o rótulo de brega para artistas populares é uma maneira de o Brasil mais urbanizado e classe média rejeitar o grande Brasil, a massa que se sente representada pela música de Waldick. No documentário, há declarações de fãs que contam como as canções de Waldick servem de companhia, de consolo, uma maneira de expressar sentimentos e emoções para quem não sabe verbalizá-los."
Viu o documentério?
Veja e veja se você vai mudar de opinião!!!
ass:
Isaura Soriano
Por favor Emir, me diz que Isaura Soriano é um outro pseudônimo seu!
O TROUXA QUE FALA MAU DE WALDIK SORIANO É UM PICA.SÓ TEM UMA SOLUÇÃO PRA ESSE CABRA;ELE É UM VIADO,O PAI DELE É CORNO,A MÃE DELE É PUTA,O IRMÃO LADRÃO E A IRMÃ SAPATÃO.ENTENDEU MO FII
Postar um comentário