domingo, 17 de agosto de 2008

UM COMPROMISSO COM O FRACASSO

Decidimos verificar pela primeira vez o contador de visitas do blog. Qual foi nossa surpresa ao saber da exorbitante quantidade de visitantes: em menos de um mês contabilizou-se mais de 11.000 acessos. Isso para nós, os Bacharéis em Baixarias, representa um fracasso total como projeto editorial.

Como ex-fanzineiros, entendemos que ser fracassado significa ser bem-sucedido, ou seja, quanto menos pessoas nos lerem, melhor!

Criamos este blog, porque queríamos traduzir uma prova de resistência. Um big brother ao avesso dos gêneros acadêmicos. Ao invés de sermos conhecidos, pretendemos um mergulho no anonimato. Tacamos fogo nos louros da glória.

Depois de postarmos os textos, sabemos que perdemos a privacidade deste, para que ele se torne - teoricamente - domínio público. Mas a idéia é justamente não sair do caramujo do quarto, e entendemos que escrever e ser conhecido não acontece simultaneamente. Nem queremos ser conhecidos nem reconhecidos. Queremos paz. Poucas visitas. No máximo umas oito visitas diárias, nada mais. Oito não! Três, três visitas diárias é mais do que o suficiente! Contribuam com nosso propósito, esqueçam-nos!

Nossas postagens têm como propósito soltar pérolas aos pouquíssimos leitores fiéis que forem nos acompanhar nessa saga intelectual. Odiamos os curiosos de Internet, uma erva daninha que queremos podar o quanto antes.

Por isso, avisamos: parem de nos visitar seus merdas! Não têm mais o que fazer? Migrem para as suas imbecis páginas do Orkut, entrem em salas de bate-papo com nomes fictícios, sei lá...

Vemos blogueiros desesperarem-se por visitas. Queremos justamente o contrário! Ao invés de virem pra cá, visitem estes blogs que clamam por popularidade. Blogs desse tipo há aos milhares.No texto “Epístola aos blogueiros” encontrado no site Cronópios, o escritor Fabrício Carpinejar sintetiza esse universo desesperador da blogosfera:

“(...) Ao criar um blog, você pensou que isso seria a glória instantânea. Caprichou na redação, no humor e nas perspectivas singulares de captura do cotidiano. Mas o único que entra no site é você. Trinta vezes ao dia. Chega a esbarrar consigo entre tantos acessos e atualizações. Uma miragem. Cada texto é um quarto vago. O demo do reconhecimento insiste em tomar seu lugar. Procura contornar o drama. Manda um aviso de postagens para os amigos. Prepara uma festa-surpresa de aniversário, com o atrativo de que é o aniversariante quem a organiza. Continua sendo surpresa; nenhuma alma comparece. Daí manda um aviso de postagens para os desconhecidos, catando endereços aleatórios. Nada mais o separa de um SPAM. Recebe avisos ásperos: “não o conheço” ou “favor me excluir da lista”. A humilhação não começou. O desespero o obriga a fazer atos impensáveis: entrar de computadores diversos para fazer com que o contador se mexa de alguma forma. Assim como um atacante chuta a bola para as redes alheio á marcação do impedimento. Para se livrar do azar. Ainda que esteja quebrando uma das regras básicas do jogo e leve um cartão amarelo. Não há nem juiz para lhe dar cartão amarelo.

Percebe que lançou um texto com um erro gravíssimo de português. Estava na rua quando lembrou a indecisão ortográfica, longe de qualquer terminal. Foi observando um outdoor. Corre para uma lan house, consome seu suspiro sem sentir o gosto, arruma e conclui que tampouco alguém reparou.

Decide escrever qualquer coisa que continuará sendo qualquer coisa. O isolamento do blog produz alucinações. O contador de visitas parece uma bomba-relógio: anda para trás.

Mas tortura é quando finalmente recebe um comentário. Alegria aflita para abrir a janela, quem será? quem será?, descobre que partiu do pai ou da mãe, solidário com sua desgraça. Não pode comemorar, agora intui que seu pai ou sua mãe conhecem o fracasso de sua rotina.

Sua personalidade passará a se dividir, e não multiplicar como desejava. Sede de laranjas. Laranjas! Sem pudor, cria pseudônimos para deixar comentários (o blog, pelo menos, obriga que seja seu próprio leitor). Diverte-se no sofrimento ao inventar formas de agradecimento pelos textos. Não economiza elogios ao estilo. Estará perto da internação quando se convence de que aqueles comentários não são seus e ainda responde aos e-mails falsos. Hora do soro! (...)”

Definitivamente não somos estes. Queremos que parem de nos visitar. Vão pra puta que os pariu ( usando as sábias palavras do meu amigo Emir de Carvalho), vão bater punheta, tocar siririca, sei lá, mas deixem-nos em paz!

Olavo Sader ( Bacharel I )

2 comentários:

Anônimo disse...

Podem contar comigo, seus ingratos. Nunca mais retornarei nessa porcaria de blog.

Anônimo disse...

Escrotice total dos autores deste blog ao postar este texto! Repudio veementemente essa declaração. É um desrespeito para com quem lhes acompanha. Já que falou mal do orkut, vou criar uma comunidade: " Eu odeio os babacas do Bacharéis em Baixaria"

E nunca mais volto nesta merda!