sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

DEVORA-ME OU TE DECIFRO ou SEM REI NEM ROCK : uma análise literário-escatológica



Sempre tive o desejo de escrever sobre os piores livros que li. Tem tanta gente boa escrevendo sobre bons livros que pensei em inaugurar a linhagem dos caras maus que escrevem sobre livros mal escritos. Os de rock sempre foram, nesse critério, os mais propícios a receberem criticas destrutivas. Com trocadilho, são de lascar.

Arthur Dapieve e seu BROCK e o Tom Leão com o HEAVY METAL  estão entre os que mais me encantam e estimulam a vontade de descer a lenha. Mas jamais havia experimentado a urgência que senti  ao ler (sic) ESPORRO, livro de Leonardo Panço sobre o underground carioca que vai do “começo de 1992, até o final de 93, chegando ao comecinho de 94”.

É o único livro (sic) da história da literatura, que conheço, errado, literalmente, da primeira a última frase. Inicia com esse primor de precisão temporal transcrito acima e se encerra com “as infos a seguir não são exatamente precisas (...)”.

Curioso que, como diz o autor, tenho sido “ gasta uma verba” (pág. 223) para se imprimir uma porcaria dessas.




O  tempo todo há um desencontro entre o pensamento (sic) do autor e o que este escreve. Vai cada um para um lado, sem a menor possibilidade de encontro.

Não tenho saco para dissecá-lo, mas transcrevo, ao acaso, alguns trechos bastante ilustrativos da arte ( arteiro que só ele!) do garoto.

Na página 11 está escrito que "Este livro não é uma ciência exata." Existe algum livro que seja ciência? Nunca ouvi falar que um livro fosse ciência. Conheço livros que descrevem uma ciência, mas nenhum que seja em si mesmo A ciência. Essa jóia do penççamento panceiro está na primeira página do livro.

Também nos diz o macanudo autor que "(...) o número de pagantes foi maior do que o necessário". Isso está escrito na página 23. Nunca, até me deparar com esse livro tão repleto de ineditismos, tinha ouvido falar em número de pagantes MAIOR que o necessário. Mais incompreensível se torna a frase quando verificamos que a informação é passada para descrever um prejuízo.

Na pág. 31 o autor escreve que "Segundo ele (Ronaldo Chorão) a banda  (Gangrena Gasosa) ( ...) toca(r) muito mal. Há controvérsias. Eles até tocam mal (...)"  Qual é a controvérsia se os dois CONCORDAM que a banda toca mal? Esse Leonardo Panço é um prodígio, pois desconhecendo gramática, sintaxe e léxico escreve e, ousadia das ousadias, publica um livro. Anote aí: CONTROvérsia indica oposição, é contra o que se diz, menino. Exemplificando: Leozinho diz que sorvete é bom para chupar. Gordinho diz que é bom para lamber. Há, aí, entre essas personagens fictícias, uma controvérsia sobre a melhor forma de saborear um sorvete. Entendeu?

Pág. 32 "Como o Cid conheceu o Paulão (...) por muito tempo já é mais a cara deles".???? A frase é essa.  Há uns parênteses ali no meio. Mas parênteses são empregados, ou deveriam ser, para se incluir informação paralela, ou seja, que não fazem parte da oração principal. No entanto, para não dizerem que estou de má fé, segue a frase com os parênteses tal qual está no livro. "Como o Cid conheceu o Paulão (o outro vocalista da Gangrena, depois do Funk Fuckers e da carreira solo do B. Negão) por muito tempo já é mais a cara deles". Viram como não ajuda nada?

Sobre a utilização dos parênteses pelo meninote ainda escreverei um texto inteiro. É caso para camisa de força!

"Só que já que falou mal teve que aturar a revolta dos suburbanos de plantão (o que acabou nem sendo uma REGRA, já que o Planet e o Cabeça tocaram no festival e alguns deles são da zona sul". (pág. 58) É ou não uma regra? Se há uma regra, essa seria que os suburbanos ficaram revoltados, logo a exceção é que alguns suburbanos NÃO tiveram o mesmo sentimento. Os caras da zona sul não tem nada a ver com os suburbanos da regra descrita. Não sabe o que é regra. Não sabe o que é exceção.

Pág. 66 "(...) Plebe, era quase uma unanimidade". Quase unanimidade é algo como meio grávida?

Na página 74 o autor fala sobre um "(...) festival que meio que aconteceu, meio que não." Aconteceu ou não, afinal?

Somos informados sobre o fato do Beach Lizards "tocar em português"??????? Não faço a menor idéia do que possa ser TOCAR em português, inglês, alemão ... E não venham me dizer que é piada, gracejo, leveza e bom humor do texto, pois o contexto não autoriza nenhum leitura nessa linha, apenas a que detecta o quadro inconteste de analfabetismo.

Ao comentar o fim do Soutien Xiita (pág. 140) o autor diz que o referido encerramento das atividades da banda foi matéria de página inteira na revista Showbizz. Na página 141 é reproduzida a matéria citada. Ocorre que o que foi publicado na Showbizz é sobre a Gangrena Gasosa, não sobre o Soutien Xiita.  Ou ele não leu o que foi publicado, ou acreditou que ninguém leria o que foi escrito nas páginas da Showbizz. Não acho que ele tenha tentado empurrar uma mentira aos seus leitores. Para mim é só burrice. Afinal, até mesmo para o penççamento panceiro, seria ingenuidade demais mentir e expor a prova da mentira.

Outra frase surreal é "Por ele ser meio  temporão, seus pais são bem mais velhos (...)" Como assim?!? Meio temporão?  Os pais do rapaz tinham 45 anos e 05 meses de idade? Há pais mais novos que os filhos?

Incompreensível para mim é "De outra vez, também no Garage, arrumaram um cabrito emprestado na favela perto da casa e um ganso, que era vigia da oficina de um tio de um vizinho." (pág. 156) Favela perto de que casa? O ganso era o vigia? Tio do vizinho de quem?

Mais uma "No começo, eles até tinham guitarra, mas é uma época da qual só FICOU  O BAIXISTA Zé Felipe. Baixista não, guitarrista. E agora, sendo ex-Zumbi, a banda está igual ao Napalm Death, SEM NENHUM INTEGRANTE ORIGINAL na formação." (pág. 163) O baixista (ou guitarrista, não entendi direito) faz ou não parte da formação atual?

Outra "Bruno (...) guarda em casa o parentesco do irmão." (pág. 165) Existe quem não seja parente do próprio irmão????

Pág. 178 "(...)antes de morrer pediu a (...)". Só dá para pedir antes de morrer, não é?

Vários capítulos curtos tem títulos que NÃO GUARDAM RELAÇÃO ALGUMA com os seus conteúdos. Por exemplo,  DEFALLA NO CIRCO (pág. 189) fala sobre um degrau "colocado" na base do palco e que causava acidentes. Se alguém tiver a intenção de fazer uma pesquisa sobre o DeFalla, ao consultar o livro, e for conferir o contéudo, certamente irá se decepcionar. Para pesquisa o livro é imprestável.

A seguinte passagem também é ininteligível. Senão, vejamos. "A Sociedade HQ (...) e o gibi do Tirica - chamou a banda para tocar (...)" Um gibi chamou a banda para tocar?

Por tudo o que restou dito acima (muito mais poderia ser falado)  não posso concordar que “ o que de mais relevante aconteceu no cenário da época está, senão esmiuçado, pelo menos citado”. Muito menos que o que ocorreu está “satisfatoriamente” retratado, como escreveu o senhor Adelvan ( http://escarronapalm.blogspot.com/2011/10/leonardo-panco-testemunha-ocular-da.html ), pois o autor  do Esporro não possui a menor intimidade com a inculta e bela.

Aliás, sobre a crítica do senhor Adelvan, sendo este escriba espada juramentado, não havia a menor  possibilidade de que eu concordasse com uma análise que inicia exaltando o cheiro do Esporro,  exalado por um livro (sic) grande e grosso.

Enfim, para mim é o pior livro escrito em língua portuguesa. Se duvidar o pior escrito em qualquer língua, viva ou morta.

Feliz 2012 para todos. Menos para o Leonardo Panço.

Cordiais saudações.

Emir de Carvalho

****************



P.S. Panço, você sabe por que motivo esse cocô é redondo?


P.S.2 Esporro é uma espécie de puta falta de sacanagem. Lembram do vídeo?

10 comentários:

Bacharel em Baixaria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
FF disse...

pô, mas a capa é bonitona e vc colocou com qualidade ruim, aí roubou no jogo.
tive o trabalho de achar no google uma melhorzinha pra vc: http://sirvase.net/blog/wp-content/uploads/2011/10/capa-600x605.jpg

Anônimo disse...

eu acho que voce leu pouco.

Blester disse...

Qto tempo vc perdeu dissecando o q ninguem ta afim de saber ? Seu texto é mesquinho , vc é critico de internet barata,, sua personalidade é de alguem que esta na abstinencia de Rivotril? Algo me passou pela cabeça , algo frustrante , isso que dá ficar trancado no quarto sem nada pra fazer escondido no seu mundinho covarde , tens alma de professor falido brother

Anônimo disse...

ÔPA! Fight! Derramamento de sangue! Isso aí. Bora lá. Não tem competência pra contra-argumentar e faz ofensas pessoais. Só se identifique , brother. Do escuro não acerto tua venta. Eu, pode me procurar que tem foto , endereço e o escambau aqui. Bjs.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Renata M. disse...

O Leonardo Panço não é nenhum literato, ele pertenceu a um movimento relevante e pouco retratado do RJ.
Acho válido alguém colocar essa história no papel. Eu ia dizer que ele devia ter te contratado como revisor, mas sua escrita têm falhas, então é melhor você continuar com seu blog e suas críticas ofensivas e pouco produtivas.

Diogo disse...

Cara, vc precisa ler o livro do Larry Antha, "Memórias Não Póstumas de um punk", sobre a mesma época, antes de tirar conclusões precipitadas.

Anônimo disse...

Gostei do Blester. "O q ninguem ta afim de saber" é, segundo o Houaiss, o mesmo que dizer "o que ninguém está afinidade de saber" ou "o que ninguém está semelhança de saber" ou ainda "o que ninguém está ligação de saber". Me deixou intrigado a expressão "critico de internet barata". Como ando sem dinheiro estou buscando uma internet barata, Blester. Você poderia deixar o site ou telefone de algum provedor barato?

Bacharel em Baixaria disse...

Falhaz, Rrenata? Inpoçívil! Minha iscrita é sem purcentu aprova de falhaz.